O Município de Gurupi se encontra
localizado ao sul do Estado do Tocantins a 245 km de Palmas, capital do
Estado, e a 742 km de Brasília-DF. Fica no limite divisório de águas dos
rios Araguaia e Tocantins, ás margens da BR-153, no quilômetro 663 no
sentido Brasília a Belém; entre os Paralelos 11 e 12.
ORIGEM DO TOPÔNIMO GURUPI
Etimologicamente Gurupi significa ’’diamante puro’’, que é originário da
língua Tupi do (língua bela) idioma falado por todos os índios da América
Meridional e constitui-se por dois elementos básicos: “guru” (diamante) e
“pi” (pé, caminho, base, origem, puro).
A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO
A emancipação do município por força da Lei Estadual número 2.140, de 14
de novembro de 1958. O município foi instalado em 1º de janeiro de 1959,
em sessão solene presidida pelo Juiz de Direito Feliciano Machado Braga,
um dos principais articuladores da luta separatista do então norte de
Goiás.
NAS MARCAS DO TEMPO
É impossível falar de Gurupi, sem associá-la à BR-153. Isso porque a
história da cidade está intimamente ligada a construção da Belém-Brasília,
marco do surgimento e desenvolvimento de muitas outras cidades, ao longo
de sua extensão no antigo Norte goiano.
Dados históricos dão conta, que o fundador de Gurupi, Benjamim Rodrigues
chegou a procurar o engenheiro da rodovia Bernardo Sayão, em Goiânia, para
uma exposição de motivos de a mesma cortar as férteis terras
recém-habitadas pela sua família, e outros aventureiros.
A instalação definitiva do fundador de Gurupi na região se deu em 1952,
ocasião em que concluiu a picada da rodovia projetada por Bernardo Sayão,
até a estrada que ligava a cidade de Peixe a Porangatu; fez todo o
levantamento da planta da cidade e construiu o primeiro comércio de Gurupi.
A partir daí a paisagem do agreste foi dando lugar aos barracos de taipa
dos novos moradores de varias outras localidades.
A notícia do primeiro
caminhão ao local já denominado de Gurupi é de setembro do mesmo ano, de
propriedade do senhor Buta, que veio abastecer o comércio de Benjamim
Rodrigues. A vocação para o comércio começou a partir desta data, e em
pouco tempo a notícia se espalhou pelas regiões mais distantes e com isso,
atraiu interesses de moradores de outras localidades, como Porto Nacional,
Peixe, Cristalândia, Dueré e Formoso do Araguaia.
Em 1954, com a invasão das matas mais próximas ao povoado, foram lançadas
as primeiras raízes para a formação de uma base agropecuária, destinada a
dar vida própria ao local. Até então os moradores compravam arroz e outros
alimentos em Cristalândia. Neste mesmo ano é rezada a primeira missa, pelo
Bispo Dom Alano, de Porto Nacional e iniciado o alicerce para construção
da primeira igreja, mais tarde denominada de Matriz de Santo Antônio.
Em poucos anos de povoamento do local, já era visível o progresso nos
ramos da agricultura, pecuária, e a abundante colheita de cereais
transformou o povoado em um pequeno pólo exportador. Em 1955, por sugestão
de um dos pioneiros houve a votação para escolha do padroeiro da cidade,
Santo Antônio e, iniciado o movimento político no sentido de eleva-lo à
categoria de distrito. Foram iniciados
ainda os primeiros serviços médicos, embora bastante rudimentares,
providencias na época, além do primeiro consultório dentário.
Os próximos anos foram de muito progresso e, graças ao grande surto
imigratório, o povoado passa à posição de distrito de Porto Nacional, que
culmina com a sua emancipação política e instalação do município de Gurupi,
em janeiro de 1959. Com isso expandem-se as construções, ruas, praças e
avenidas, forçando cada vez mais a aceleração dos serviços de melhoramento
urbano. O primeiro prefeito nomeado de Gurupi foi Melchiades Barros dos
Santos, mais conhecido como “Doca Barros”. Para o cargo de primeiro juiz,
foi nomeado Clemente Luiz de Barros.
No ano seguinte é instalada a Câmara Municipal com a posse dos vereadores
Raimundo de Sousa Camelo(Presidente), Moisés Avelino Lustosa Brito,
Joaquim Gomes de Oliveira (Ozico), João Manoel dos Santos (João Paraibano),
Nelson Dias Fernandes, Francisco Santana e Antônio Luiz Leitão Brito.
Ainda em1961, foi instalado o primeiro cartório do segundo oficio e
realizada a primeira eleição para escolha do primeiro Francisco Henrique
Santana e Luiz Brito Aguiar para vice. A partir daí, com o advento de
firmas de maior porte, Gurupi desponta como uma das cidades mais
progressistas do Norte de Goiás e assume o papel de liderança sobre as
demais da região.
A CIDADE DOS BENJAMINS
A passagem da Coluna Preste, ou os revoltosos, como eram conhecidos pela
região, quebrou o silêncio e apressou o povoamento do Vale do Leste, e,
conseqüentemente, das matas do Gurupi. Os ribeirinhos ou beradeiros da
margem direita do Tocantins, aterrorizados com a chegada das tropas,
fugiram, atravessando o caudaloso rio e se instalando nas margens
esquerdas do Tocantins. Alguns embrenharam mata adentro, alcançando a
serra do Santo Antônio. Mas não ousaram atravessar a tal serra, pois do
outro lado pairava a ameaça do lendário Cacique Gurupi, índio destemido e
valente, de tribo desconhecida, que dominava a região.
Entre o medo e o pavor, foram ficando, chefiados por Benjamim Carvalho de
Lima, o Bião, vaqueiro forte e afeito aos gerais, aventureiro e destemido.
Por onde passava, Bião e sua comitiva iam nomeando rios e riachos.
Encantado com a região resolveu se instalar às margens do Pouso do Meio, e
desenvolver suas atividades agropecuárias.
O FUNDADOR
Outro Benjamim, mais famoso deles, próspero comerciante, acabou
descobrindo o encanto das matas do Gurupi, onde resolveu instalar seu
comércio e trazer a família. Abriu a golpe de machado estradas que tiraram
precariamente o povoado do isolamento. Para assegurar o povoamento e o
desenvolvimento, passou a distribuir terras.
Esforço recompensado, o povoado foi elevado a distrito em 1956 e
emancipado dois anos depois, em 1958, tornando-se cidade.
Benjamim Rodrigues Nogueira (1900-1985), fundador da cidade de Gurupi, era
um homem de estatura média, olhos castanhos – claros, pele
clara-avermelhada, tostada pelo sol ardente dos trópicos, alegre, jovial e
hospitaleiro.
Era filho de José Rodrigues Nogueira e de Maria Batista Araújo Rodrigues e
nasceu em 30 março de 1900, às margens do rio Tocantins, em Tocantinia,
Estado do Tocantins. Faleceu aos 85 anos na cidade de Gurupi em 13 de
agosto de 1985. Era casado com Eurídice Rodrigues Brito com quem teve os
filhos Moacyr Rodrigues Brito, Edson Rodrigues Brito, Iraídes Rodrigues
Brito, Maria de Lourdes Rodrigues Brito e Eurivan Rodrigues Brito.
Gurupi cresceu e se beneficiou com o esgotamento das jazidas cristalinas.
Entre o fim da década de 40 e o início dos anos 50, as minas começaram a
fechar, e os aventureiros e garimpeiros colocaram o pé na estrada. Gurupi
era o destino final. Essa demanda populacional foi decisiva para a
recém-emancipada cidade, que ganhou novo impulso com a construção da
rodovia Belém-Brasília, BR-153.
Um empreendedor chamado Moisés Lustosa Brito, rico faisqueiro dos garimpos
de cristais, é tido como promotor do progresso gurupiense. Abriu estradas,
comércios, gerou muitos empregos e divisas no município. Além desses
negócios, montou o Cine teatro Boa Sorte, o primeiro cinema da cidade,
incentivando a cultura, Moisés Brito foi um homem arrojado, e assegurou um
salto no desenvolvimento de Gurupi.
(Bibliografia consultada: O Jornal
(Palmas/TO), Almanaque Cultural do Tocantins; Revista Perfil(Gurupi/TO),
livro "Gurupi", de Adauto Cordeiro Cavalcanti, Assessoria de Comunicação
da Prefeitura de Gurupi e arquivos do autor)
Fonte:
Zacarias Martins
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/67232
Mais historia
Gurupi teve como primitivos habitantes os índios xerentes, que aos poucos foram se afastando, em conseqüência da presença dos primeiros desbravadores, atraídos pelas descobertas de manchões de cristal e, principalmente, com o objetivo de formar fazendas de criação e agricultura.
O topônimo Gurupi, escolhido na época, significa diamante puro: Guru = diamante; PI = puro.
A descoberta do local ocorreu em 1932, quando Benjamin Rodrigues por ali penetrou campeando uma tropa de burros que lhe escapara no município de Peixe. Entretanto, somente a partir de 1946 é que exploradores, procedentes de Dueré, Porto Nacional e outras regiões do norte, fixaram-se no lugar, dando início a formação do arraial. Concorreu fortemente para o seu desenvolvimento a inclusão de Gurupi no projeto da rodovia BR-14, ou Belém-Brasília, quando se fez uma planta rústica da cidade, com localização da igreja matriz e a abertura das principais avenidas.
Com a constante chegada de colonos e aventureiros, o crescimento das lavouras e da criação de gado, as cabanas de pau-a-pique e ranchos de sapé foram cedendo lugar a construções sólidas de alvenaria; ainda no início da década de 1950. Em 1956, elevou-se o povoado a Distrito, pertecente a Porto Nacional e, em 1958, alcançou sua emancipação político-administrativa, dando-se a instalação no ano seguinte.
Gurupi recebeu considerável impulso com a chegada da rodovia Belém-Brasília em agosto de 1957 e, hoje, se estende ao longo das margens da rodovia.
Gentílico: gurupiense.
Formação Administrativa
O DISTRITO foi criado em 9 de outubro de 1956 pela Lei nº 251 e o Município, em 14 de novembro de 1958, pela Lei Estadual nº 2.140.
Atualmente, compõem-no o distrito de: Gurupi (Sede).
Referencias
IBGE
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