Por:Paulo
Henrique Oliveira de Souza
A vegetação
predominante é a mata de cerrado.
O nome “Arcos”
surgiu historicamente por causa dos
arcos de barris que os tropeiros
deixavam na margem do córrego (hoje Rio
Arcos) para indicar o rumo da estrada
boiadeira para o sertão da Farinha Podre
(hoje Triângulo Mineiro). Arcos ainda
conserva suas antigas capelas, antigos
casarões e monumentos históricos como
cruzeiros e muros de pedras construídos
por escravos há alguns séculos atrás.
A cidade conta com uma
hidrografia bastante extensa encabeçada
pelo Rio São Francisco que banha a
região rural de Itaoca. Seguem no: Rio
Arcos, Rio Candongas, Rio São Domingos,
Rio São Miguel, Rio Santana, Rio Preto,
Córrego das Almas e Córrego Santo
Antônio.
Fazendo parte
do Complexo Rochoso Bambuí, que é uma
grande cadeia montanhosa de pedra
calcária, Arcos possui grande quantidade
de pedreiras dessa rocha. Essas
pedreiras escondem enormes quantidades
de cavernas e grutas, cravejadas de
artes rupestres. Foi em uma dessas
cavernas que se encontrou um animal
pré-histórico uma preguiça gigante que
vivia nessas terras há milhares de anos
atrás. Às margens desses rios e córregos
e impregnadas nas pedreiras de calcário
habitam uma grande quantidade de
orquídeas, que é o objetivo maior desse
texto. Podemos destacar alguns dos
gêneros encontrados:
Aspásia,
Barbosella, Brassavola, Bulbophyllum,
Campylocentrum, Catasetum Cattleya,
Cleistes, Chranichis, Cyrdium,
Encyclia, Epidendrum, Habenaria,
Ionop-sis, Laelia, Leptotes, Liparis,
Maxillaria, Miltônia, Myoxanthus,
Notylia, Octomeria, Oeceoclades,
Oncidium, Pleurothallis, Sarcoglottis,
Schomburgkia, Sophronitis, Stanhopea,
Trichocentrum, Vanilla.
A Organização
Ecológica Arcoense– ECOARCOS – foi
fundada em seis de ou-tubro de 2004, com
os seguintes objetivos:
Coordenar
e incentivar estudos sobre as condições
de vida, reprodução e habitat das
orquídeas, principalmente as de Minas
Gerais;
Promover
cursos, ciclo de palestras e
conferências para a divulgação dos
conhe-cimentos sobre orquídeas e suas
condições ecológicas;
Zelar
pela preservação das espécies naturais e
seus habitats, inclusive pelo estímulo
ao cultivo das espécies ameaçadas de
extinção;
Promover,
incentivar e publicar o estudo
sistemático das orquídeas de Minas
Ge-rais, mantendo relacionamento e
convênio com entidades similares e
instituições científicas;
Colaborar
com entidades ligadas à ecologia,
públicas ou privadas, na defesa e
preservação dos habitats das espécies
nativas de Minas Gerais;
Agir
contra o comércio clandestino de
orquídeas, acionando os órgãos
competentes e promovendo cursos de
conscientização junto às escolas e onde
for necessário e oportuno;
Promover,
dentro de suas possibilidades e em
convênio com entidades públicas e
privadas, a reimplantação nas reservas
florestais disponíveis, de exemplares
das espécies extintas ou em vias de
extinção;
Promover
o convívio e reuniões entre
orquidófilos, realizando conferências,
visi-tas a instituições, exposições,
congressos, simpósios e outras
manifestações culturais.
A ECOARCOS é
atuante na cidade através de exposições
realizadas, palestras, pesquisas,
levantamentos e também através de
participações em exposições promovidas
por outras associações com o intuito de
divulgar as várias formas de cultivo
dessa maravilhosa representante da flora
arcoense que é a orquídea.
Apesar do
governo municipal apresentar projetos de
preservação ambiental, ainda existem
várias mineradoras que exploram essas
pedreiras descontroladamente. Essas
empresas estão explorando de forma cada
vez mais agressiva as pedreiras
calcárias onde estão localizados os
principais habitats das orquídeas. Numa
das pesquisas realizadas em um habitat
local onde Cattleya, Bulbophyllum,
Pleurothallis, Barbosella e outros
gêneros convivem em harmonia, onde a
natureza nos proporciona imagens
maravilhosas. Encontramos uma árvore
cujos troncos se vêem marcas da
destruição e agressão causadas pelo
homem para arrancar as orquídeas que ali
viviam.
Durante a
pesquisa encontramos por todo o caminho
agressão ao meio ambiente, alguns sacos
plásticos, garrafas, latas de cerveja e
refrigerante jogados nas margens do rio.
Ao acabar a
pesquisa, já nos retirando desse local,
encontramos uma prova do crime contra as
orquídeas: uma folha de uma Cattleya
bicolor. Essa folha não caiu
naturalmente da planta mãe! Com certeza
ela foi arrancada. A pessoa que retirou
essa Catleya do habitat não soube nem
fazer o corte correto da planta. Deve
ter arrancado com violência e essa folha
se desprendido.
A ECOARCOS dá
o grito de alerta: “SOCORRAM NOSSAS
ORQUIDEAS”.
Somente com
uma política ambiental mais atuante é
que conseguiremos salvar as orquí-deas
da região.
Com o apoio
dos órgãos competentes (IEF, IBAMA,
Prefeitura Municipal, CODEMA) a ECOARCOS
poderá atuar na preservação e salvamento
(ser for o caso) de orquídeas em áreas
ameaçadas ou prestes a serem desmatadas.
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